segunda-feira, 13 de março de 2017

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a culpa do sol 

as paredes são écrans de luz baloiçam trapos aves 
árvores espantam flores sorrisos de gente menos fria
roupa de enguia dentro do sol azul o manto aconchega
pulam fedelhos para lá da fumaça que me atrapalha
teimosa no desenho volteia os putos chilreiam com asas
liberdade  talvez pomba talvez outra coisa baloiça 
na ausência vento leva-me o pensamento no desenho 
são mais do que uma são todas sol de enxugar suor
caminhas devagar em jeito de amar alguém flores no teu corpo
abrem-se em cores dançam os dedos  em pele fina
os fedelhos giram polinizam chilros passa leve
o corpo melodia em prazer festim de aves leveza 
gemido euforia magreza poesia escrita de sabor a pétalas queima de calor 
trazes flores odores que o vento traria  houvesse
o azul do manto vestes de ave e trapos cor perfume
roupa de corar em sol de amar devagar no tempo dos silêncios 
os fedelhos baloiçam no chão fervente pele dormente
choro vadio passa de joelhos lustres fadiga passa rente
ventania sem ventar penas que dançam no ar
canto na voz que não via culpa o sol quem diria



eugeniohenrique 13/03/2017