a culpa do sol
as paredes são écrans de luz baloiçam trapos aves
árvores espantam flores sorrisos de gente menos fria
roupa de enguia dentro do sol azul o manto aconchega
pulam fedelhos para lá da fumaça que me atrapalha
teimosa no desenho volteia os putos chilreiam com asas
liberdade talvez pomba talvez outra coisa baloiça
na ausência vento leva-me o pensamento no desenho
são mais do que uma são todas sol de enxugar suor
caminhas devagar em jeito de amar alguém flores no teu corpo
abrem-se em cores dançam os dedos em pele fina
os fedelhos giram polinizam chilros passa leve
o corpo melodia em prazer festim de aves leveza
gemido euforia magreza poesia escrita de sabor a pétalas queima de calor
trazes flores odores que o vento traria houvesse
o azul do manto vestes de ave e trapos cor perfume
roupa de corar em sol de amar devagar no tempo dos silêncios
os fedelhos baloiçam no chão fervente pele dormente
choro vadio passa de joelhos lustres fadiga passa rente
ventania sem ventar penas que dançam no ar
canto na voz que não via culpa o sol quem diria
eugeniohenrique 13/03/2017
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