terça-feira, 22 de dezembro de 2015

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sabor | manhã

Espelho para repouso de linhas de sol
Barcos pequenos amarram-se em pedaços força que a terra pariu mae
Não sei que passarada desenha no ar linhas de sossego 
O silêncio em água luz de ouro afasta-se cabelo sedoso 
Desenhado em delicadeza sobre o olhar que se alonga à direita
Do outro lado fumegam trapos de nevoeiro barba de pai natal
No silêncio leio as palavras deste rio caracóis de ouro dedos frágeis
Na tua margem trepo o olhar na linha de luz que te agarra ao solo
Pardais vadios desamarram barcos os pequenos 
Sonhos que em água doce trazem o aroma do dia assim 
Traço no silêncio garatujas de gente que trago 
Cantaria pudesse com os vadios palavras no espaço em nada
Asa ventada sinfonia em dança na luz 
Na margem afagos vagos impacientes saltitam bicam
Ternuras no silêncio da ausência olho para lá
Timbre em cor de olhar em toque sem tocar
Quantos abraços quantos amassos barcos pequenos 
pedaços de ver na margem para lá quietude amar
Silhueta em trapos de nuvem silhueta em pele de rio ouro
Navego no doce da tua margem mergulho na ar em perda
Desenlaço desejos de travessia tocar em pele macia
Novelos em linha frágil escrita nua salpicos de sabor manhã
Fico só mãos dadas uma em outra minhas
Sossego em desassossego este rio em ouro
Fico só de cá 


 eugeniohenrique 22/12/2015