segunda-feira, 16 de novembro de 2015

8_0 | 007

sorrir_em_sono

o dia em dormindo 
travo de água ardente
tangente ao dia acontece
sendo em sono 
aconchego de azuis
pétalas sorrindo
espuma de letras 
arde fugindo
pele quente
habita em mente 
a noite dormindo
naipe de sons 
chilros de uis e de ais
abrem-se flores amores
cantores 
gotejos de suor caindo
rio imenso 
poema fonema 
mãos que remam palavras
desenham sabor calor
intenso
canto em cansaço doce
canto em pedaço fosse
canto cantando amor 
sulco de voz tremor
o dia  em dormindo
sorri 
fecha os olhos e diz
sou eu quem for 
amor

eugeniohenrique 13/11/2015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

r-a-m-o | 009

a_ voz_ em_ dormir_ na_ fumaça


se olho a sombra e toco  se toco na luz que se atravessa de mim
em noites frágeis manta em desassossego 
e toco a luz fio fino na linha do rosto desperto em sono lento
letras de outono fogueira salpicos de calor e fumaça 
movimenta-se quieta a minha sombra 
toco em mim sem cor sem sabor ou tremor
toco na forma que se desforma quando toco
está frio e chove confundo-me nela chuva que chove
a noite anoitece cada letra pedaço a pedaço 
sons de luz
esplendor imenso no fio fino fininho 
o outono adormece a voz 
corpo pele de noz aguarela a sós 
confundo-me em mim
nas  frases que compus 
dedilho na sombra que se inquieta
a noite foge catrapus
ratos em soalho roto espreitam
a sombra que se desdobra em páginas
nada 
ruídos enfeitam a dança 
golpeiam a noite fria e 
salta em pulos de pé descalço
a voz em dormir na fumaça

outono 
eugeniohenrique 9/11/2015