terça-feira, 21 de abril de 2015

r-a-m-o | 006

fadiga do remar

em águas lisas e lentas passeio o olhar | traço de aves aos molhos que esvoaçam figuras mutantes | galhos de verde nos limites | embalo o pensamento no esforço de respiro | não apresso no tempo | salpico a pele | pontos de cristal | pingos de chilros à solta | festim de vizinhos adornam o silêncio | garatujas no estendal de água | crianças de ave | serpente de amor ali e além | corpos de surdez afogam o sabor | e remo | cansaço desfraldado de odores | amores | em águas lisas e lentas passeio o olhar | remo no remar em fadiga
eugeniohenrique  21/04/2015 | 006

sexta-feira, 17 de abril de 2015

r-a-m-o | 005

não são poemas

não são poemas nem teoremas | são pigmentos que organizo em desenho de risco | 
são lugares de vazio extenso | pomares de seiva | lavradio de ser | 
hesito no desenho das palavras que desenho | visto cada uma de ausências | 
exausto em não saber o que desenhar rasuro no rasgar letras no espaço de só | 
não são poemas de poetas nem teoremas de estetas |
nasço em palavras que desenho

eugeniohenrique 16/04/2015 |. 005

terça-feira, 14 de abril de 2015

traço_destraçado | 012

assim é

O inventor em guerra não adormece nem apodrece inventa a guerra que o aquece inquieta os dormentes ausentes | tem na perturbação na inquietude a invenção de si age em desarmonia | pensa o inventor em arritmia dias de noites em sono acordado inventa o espaço mal apagado desenho malfadado | inacabado | inventa o inventor a dor que alimenta o sol que se vai na tormenta rio de água | rodopio | frio do olhar desassossego pestanejar gesto de ser no arrepio do sonhar  não adormece sereno não acontece assim no inventor do ar | respiro | sopro de reboliço círculos de pássaros ruídos de chão palavra e colo em dor no inventor que maltrapilho em rasuras de si inventa desconcertante sinfonia | melodia cambaleante | silêncio | inventa na guerra do inventor a surdez na noite de sono não | tudo o inventor inventa assim é.


eugeniohenrique 23/03/2015 | 012

sábado, 11 de abril de 2015

traço_destraçado | 011

mas…

No regaço flores de branco aroma de terra humedecida em pingos de água frágil flores de canteiro desarrumado cabelo despenteado mãos de jardineiro inventado flores regaço de flores mulher seda de pétalas brancas salpicos de olhar sorriso amado flores brancas fios linhas de fragilidade tanta desalinho de ser em branco as flores no regaço seios de embaraço em ser cansaço mulher poeta do tempo que não tem aroma de ninguém terra de ventre dorido flores brancas regaço gemido amor perdido no sabor embrulhado pétalas brancas do jardineiro inventado pele em desenho cantado flores no regaço branco de nada raiz da terra amanhada seda de escrita embaraçada todas as flores brancas serão brancas as pétalas no regaço


eugeniohenrique  10/04/2015 | 011

quarta-feira, 8 de abril de 2015