sábado, 19 de outubro de 2013

palavras sem paladar

há palavras que me enganam no canto das palavras |  sopram-me palavras de nada | agitam em palavras que não sou | a luz e o som dessas palavras enganam no canto do sopro meu | há palavras que não tenho | procuro-as no som do nada | palavras de poetas, palavras de profetas, palavras de ninguém, palavras que traço de água leva ao canto de alguém | há palavras de luz | há palavras que me enganam no engano de mim | escrevo palavras sem poema sem teorema sem algema | são palavras do desenho do canto onde estou | amo o ser no vazio das palavras | quase nada | quase tudo | o vazio das palavras que engano | há palavras de dormir de acordar de viver e de o deixar | há palavras no silêncio que me enganam | há palavras nuas no canto da nudez que deus fez | há palavras de silêncio que agitam o meu grito surdo | escrevo no rio de palavras que não digo | são bestas são palavras que finjo | duras imaturas sem traço sem laço | há palavras que pinto na cor do som da luz | a cor das palavras é no canto desassossego e finjo | não há  no traço da água que vejo a palavra engano | Há palavras que me enganam no canto do que sou | não não sou sem palavras tenho-as dentro do canto o canto das palavras | o lugar sem paladar.


sábado, 27 de julho de 2013

t_sem_t

estar sem é quase não estar o vento bate no momento sem culpa o ar em sopro amacia o vento e o vento sopra sem mim o espaço do sem é sem espaço sem perda sem pachorra sem nadas sem preto sem branco sem barriga sem fadiga sem pêlos sem cabelos sem guarda sem tino sem farda sem musica sem sem silêncio sem ti sem sem sem ti sem ser querer espaço pouco pouquinho sem ti ar de sopro macio sem vazio sem vento que sopra no olhar sem te ver sem te ter sem sem sem fazer do vento o momento sem ar sem respirar arfar sem toque sem movimento sem assento sem comprimento o vento sem pele sem água sem alento sem cor sem espaço para estar sem sem selo sem carta sem som do vento sem gente sem quente sem choro sem pouco  muito sem nada sem tudo sem quase assim sem te ver sem para mim sem mancha sem sussurro sem sopro sem sem sem nudez sem timidez sem claro sem pele sem estar sem mim saudade sem agora sem tempo sem sem memória sem glória sem vitória sem amoras namoras sem horas sem gente sem perto sem espaço deserto calor sem corpo sem toque sem sem amor  se retoque sem sem ruga sem noite sem dia sem cama ardia sem ter sem estar sem inventar sem cria sem luz sem magia sem cocuruto sem beijo sem abraço abracinho sem sem carinho muito do vento que sopra vem de lá do espaço do sem fim sem nunca sem tudo sem sabor sem dor musica dança sem palco sem louro sem perfume sem boca lume sem palavra pouco pouquinho sem só sem riso sem sombra preciso de estar sem estar no vento do nada sem rasura sem amargura dura sem estar éé quase não estar no vento

sexta-feira, 26 de julho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013