sábado, 14 de fevereiro de 2009
Desassossego
Apetece-me estar a ver pela janela, do meu atelier, o movimento, da água do rio que me desperta o desejo de continuar até à foz.
Às vezes, o rio diz-me que as margens o sufocam e limitam o seu movimento. Às vezes sinto-o agitado e desconfigurado por uma eventual intranquilidade. Não a entendo, não a observo, mas aceito-o assim, perdido no seu próprio desenho.
O meu olhar está no rio que corre, para a foz.
No desassossego encontro-te no caminho do meu olhar. És o meu rio.
És o espaço, o movimento, a luz, o alimento, porventura o momento do desalento que me agita e sopra mas margens do meu do lado de lá de ti.
Eu, como tu, tb quero ir até à foz.
Eu, como tu, tb me sinto num sufoco de raiva pelo aperto das minhas margens.
Eu, como tu, também rodopio em torno de mim para desembecilhar esse aperto.
Somos cúmplices e nesta possibilidade encontro o meu espaço.
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